sábado, 24 de dezembro de 2011

Então é Natal!


Um choro de bebê corta a noite escura. É o nascimento mais esperado da História da humanidade. Um menino nos nasceu. Não apenas a seus pais, mas a todos nós. Um Filho se nos deu, posto que já existia desde a eternidade. Foi gestado por nove meses no ventre de uma mulher virgem, mas era esperado e anunciado por milênios.
Era, como se cuidava, filho de Maria e de José. Mas seus pais sabiam a história inteira. A verdadeira versão é inacreditável aos céticos, simplista aos intelectuais, alienante aos filósofos, assustadora aos poderosos, descabida aos religiosos. Não é questão de ser Natal, é questão de ser Jesus.
O menino é Emanuel. Deus Conosco. O Eterno e Todo-poderoso Criador e Sustentador do Universo agora está envolto em panos, deitado numa cocheira em um desconhecido estábulo na periferia na insignificante Belém de Judá. Sua mãe daqui a pouco vai amamentá-lo. Vai trocar suas fraldas. Vai dar banho e depois mimá-lo com canções infantis, embalando seu sono. Quem poderia imaginar um Deus Soberano cabendo num pequenino corpo humano em desenvolvimento? Suas pequenas mãozinhas de recém-nascido contraem-se num espasmo típico. Um dia, elas sustentarão o peso dos pecados do mundo inteiro. Mas nessa noite, elas ainda dependem totalmente dos cuidados de Maria.
E o menino é tomado nos braços pelo homem piedoso e conhecedor dos desígnios de Deus: “Agora posso morrer em paz, porque meus olhos viram a tua salvação”. Não era apenas mais um garotinho judeu cumprindo o ritual sagrado da religião dos seus antepassados; Ele é o Sol nascente das alturas. Enquanto tantos ainda buscam nos astros a direção para suas vidas, ele é o Criador que ilumina e energiza todo o Universo.
E o menino cresceu. Da manjedoura foi ao Egito, do Egito a Nazaré. Aprendeu o ofício de seu pai e até os 30 anos tornou-se um reconhecido carpinteiro. Todos queriam seus serviços, porque ele era profissional do tipo que não engana, não enrola, não mente e cobra o justo. Nunca houve erro nas suas palavras nem nos seus atos.
Então, o menino já homem feito, passa a manifestar o verdadeiro sentido e propósito da sua vida. Ele, que tinha tudo para se tornar uma celebridade, fazer fama e sucesso, torna-se um Mestre revolucionário para pessoas simples. Seus ensinos não são como o dos demais rabinos de sua época. Ele tem autoridade no que fala, porque vive o que prega. Sua pregação exige um alto padrão de comprometimento: “Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue; dia a dia tome a sua cruz e siga-me”. Nada menos do que isso. Para seguir Jesus ou você aceita-o por completo e se envolve totalmente, ou você não serve.
Chega o dia. Ele veio para dar vida em abundância. Mas para isso, ele tem que dar a sua própria vida. Falar do Natal sem falar da Cruz é o mesmo que contar a história de qualquer outro ser humano. Porque se Ele tivesse nascido como nasceu, vivido como viveu, mas não tivesse morrido como morreu, não haveria esperança, nem salvação, nem futuro para a raça humana.
E o homem Jesus foi crucificado num monte chamado Calvário. Foi submetido à vergonha, à zombaria, ao desprezo, às dores indescritíveis. Mais ainda, foi desamparado pelo Pai, com quem teve desde sempre ampla, geral e irrestrita comunhão e amizade. Entregou seu espírito. Morreu. Foi baixado da cruz e colocado num túmulo novo.
Mas esse também não era o fim da história. Ao terceiro dia, Jesus ressuscitou. Quebrou as cadeias da morte e saiu vitorioso daquele lugar, que absolutamente não combinava com o Autor da vida. Ele está vivo. Deus o coroou e o fez Senhor e Cristo. Ao nome de Jesus todo joelho tem que se dobrar, nos céus, na terra e debaixo da terra. Não há outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos.
É tempo de celebrar. Não o Natal. Não os presentes e as festas. Nem mesmo o menino deitado numa manjedoura.
Mas o Salvador. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Palmadas e castigos

O Congresso Nacional nos brinda neste fim de ano com duas pérolas. Pacote de bondades para funcionários da Casa e a Lei da Palmada. Pelo texto aprovado, a partir desta lei o pai ou mãe que impingir “castigos físicos” deverá ser encaminhado para “medidas socioeducativas”. Na prática, é colocar em pé de igualdade o criminoso que agride e espanca seu filho e o pai que o corrige através de uma palmada.

Tenho apenas uma coisa a dizer: não posso esperar nada melhor de um mundo em decomposição em seus valores morais, éticos e sociais e em completa escuridão espiritual. Tentar misturar as estações é mais uma demonstração da ignorância e da cegueira na qual estão mergulhados os homens e mulheres que não conhecem a Deus.

Da mesma maneira como já se deturpou a questão homossexual, sugerindo-se que cristãos incitam a violência e o preconceito contra os que decidem seguir este caminho, agora se insinua que todo e qualquer tipo de castigo físico é violência doméstica. Como ninguém é favor de espancamentos, maus-tratos e tortura, fica mais fácil tornar a lei palatável ao conceito humanista de criação de filhos.

Não duvido que haja cristãos que não saibam criar seus filhos na disciplina e admoestação do Senhor. Estou certo de que há abusos por parte de alguns, tanto naqueles que batem excessivamente e sem critério, como daqueles que adotaram a política do “Bananas-de-Pijamas” (os filhos derrubam a casa e a vida e nada acontece por parte dos pais). Também sou completamente a favor de que se tratem os espancadores de crianças com o máximo rigor que a legislação permita. Mas vou continuar a exercer o direito de criar meus filhos da maneira que achar mais correta, à luz da minha fé nas orientações da Palavra de Deus, porque uma coisa não tem nada a ver com a outra. 

Entre esses princípios, encontro no livro de Provérbios:
13:24: Aquele que poupa a vara aborrece a seu filho; mas quem o ama, a seu tempo o castiga.
22:15: A estultícia está ligada ao coração da criança; mas a vara da correção a afastará dele.
23:13,14: Não retires da criança a disciplina; porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno.
29:15: A vara e a repreensão dão sabedoria; mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe.

Para evitar qualquer dúvida, há também este:
19:18: Castiga a teu filho enquanto há esperança, mas não te excedas a ponto de matá-lo.
Há duas possibilidades: ou Deus deveria ter consultado os especialistas em criação de filhos antes de mandar escrever Provérbios ou então esses especialistas são pretensiosos demais. Cabe a nós, pais, fazer a escolha que acharmos mais adequada e depois colhermos as conseqüências.

Agora, ninguém vai dizer que isto fere os direitos individuais? Isto é assunto para o legislativo dar pitaco?
Minha resposta é “não”. E a sua?

Marcos Senghi Soares