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O homem se torna idólatra quando
tenta moldar um deus à sua imagem e semelhança. A intenção é sacudir de sobre
os ombros qualquer tipo de submissão a uma vontade divina, de um Deus de
verdade. Fabricando um deus de acordo com a sua vontade, o homem tenta virar sua
própria divindade.
Na forma mais rudimentar de idolatria,
o sujeito pega um pedaço de madeira, dá a forma que lhe interessa e diz “você é o meu deus”. Ou então, na versão
mais cara-de-pau, pode dar a explicação mais esdrúxula de toda a Bíblia: “Eu peguei os brincos e braceletes do povo,
joguei aí no tacho e... bingo! Saiu esse bezerro não sei como...” (Arão
Óleo-de-Peroba, irmão de Moisés).
Mas na expressão mais sofisticada,
fala-se em liberdade total. Você é a sua lei. Faça o que o seu coração mandar.
Ninguém pode lhe dizer que algo é certo ou errado, que pode ou que não pode, que
é pecado ou não. Essas coisas são tidas como “imposições da religião”, dogmas
pautados nos interesses sociais ou econômicos dos grupos dominantes.
E uma vez que não existe pecado que
não seja gostoso de cometer (se fosse ruim, quem pecaria?) o Deus da Bíblia
acaba se tornando um grande estraga-prazeres, que proíbe tudo o que as pessoas
querem fazer livremente. Não, um Deus assim não interessa, definitivamente.
Antigamente, esse Deus era
inconveniente para quem não o conhecia. Agora, está ficando assim até para quem
afirma conhecê-lo. Até por quem prega em nome dele. Falam de uma graça barata,
que não educa para que “renegadas a
impiedade e as paixões mundanas, vivamos no presente século sensata, justa e
piedosamente”, conforme Tito 2:12. Mas esse versículo não é politicamente
correto. Não é um versículo “firmeza”. Não é legal. Não é amigável nem
acolhedor.
A gente quer um “Deus de toda graça”, que nos aceita como somos e deixa
a gente ficar como está. A gente prefere dizer que “não sabe porque” não se
pode permitir que os que seguem a Jesus continuem vivendo sua velha vida sem
ser incomodados. O último que ouvi falar sobre isso, disse que “por ele” (o
pastor da igreja) estava tudo liberado. Só não aceitava as pessoas sem mudar de
vida porque a comunidade dele ainda não tinha uma “visão alargada” sobre a
vida.
O problema é que Deus não se deixa dominar nem controlar. O Deus da
Bíblia é indomável. Ninguém lhe diz o que fazer. Então, por mais que se tente,
a idolatria da mais simples à mais sofisticada é uma enorme bobagem. Não dá
para reduzi-lo a uma peça de louça nem a um conceito.
Se esta verdade lhe soa inconveniente, é melhor você mudar de ideia.
Porque mudar de Deus vai jogar você no colo de um ídolo qualquer.
Marcos Senghi Soares