terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Cristianismo e Religião 7/9 - Essência x Aparência - Audio mp3

Ao religioso, importa o que parece. É o que as pessoas pensam dele que conta. As manifestações exteriores, que podem ser vistas por todos, são mais importantes do que o que vai dentro do coração. Não é assim com o Evangelho de Jesus. Aqui, importa mais o que você é do que aquilo que você demonstra.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ponto de Interrogação - 6



Leia primeiro os artigos Ponto de Interrogação 1 a 5 abaixo.

Amigos, todos temos nossos preferidos, nossos intocáveis, aqueles com quem ninguém pode mexer, estejam eles certos ou errados. Da mesma forma, temos também aqueles com quem somos implacáveis, a quem não damos sequer a chance de restauração quando erram. Fazemos isso com nossos contemporâneos e até mesmo com personagens da Bíblia. Elegemos os “queridinhos” do relato bíblico. É o caso de Davi, Samuel, Noé, José, Daniel e até Salomão. Desses, destacamos sempre as vitórias, as conquistas, a fama, a prosperidade e a fé. Então elegemos as “ovelhas-negras” da Escritura: Saul, Jacó, Sansão, o irmão mais velho do filho perdido. Para sermos honestos, nem estaremos totalmente certos em ver somente as virtudes do primeiro grupo – esquecendo-nos de suas falhas igualmente registradas para nosso ensino – como não estaremos corretos em olhar apenas os defeitos do segundo.

Digo isso porque Jó é um dos “intocáveis”. Já fui quase agredido uma vez por dizer o óbvio: Jó não era perfeito. O que temos visto até aqui nos permite concluir algumas coisas sobre Jó, as quais compartilho com os amigos (e inimigos também – eles gostam de me espiar por aqui).

Ele agia religiosamente. Crendo numa espécie de “teologia da prosperidade embrionária” - aquela que anda fazendo muito sucesso nos nossos dias, com o pessoal que faz sessão de descarrego na televisão, cujo slogan é “Pare de Sofrer” ou a “Graça” que não tem graça nenhuma. Basicamente, a idéia é que se você for fiel, andar direitinho, for um bom sujeito, Deus tem a obrigação de livrar você de todos os problemas e enroscos da vida. Essas coisas, dentro dessa teoria, só podem acontecer com quem não presta ou com quem não tem fé. Em outras palavras, o justo sempre vai ser abençoado e o perverso sempre castigado. Por crer nisso, Jó gerou expectativas erradas a respeito de Deus. Deus nunca disse que essas eram as regras do jogo. Isso porque nosso relacionamento com ele se baseia na Sua graça. Deus nos dá as bênçãos que quiser, independentemente dos nossos méritos. Ele nos dá somente o que for melhor para nós, para nosso crescimento e, em especial, para o Seu louvor e glória. Qualquer coisa menor do que isso é mera religião de interesses, nunca um relacionamento.

Ele tinha um conceito excessivamente alto a respeito de si mesmo. Quem chega ao ponto de achar que pode levar Deus a um tribunal com certeza de causa ganha, deve se achar. Esse era o maior problema de Jó. Tinha a firme convicção de que não precisava de nada. Infeliz do homem que acha que não precisa de Deus e que pode se virar sozinho. Vai lutar muito, mas não vai ganhar nada. O único jeito de vivermos na graça de Deus é quando reconhecemos que não somos nada, que não merecemos nada, que não conseguimos nada e que precisamos desesperadamente do recurso que Deus nos dá, por Sua graça: seu Filho Jesus Cristo e seu sacrifício por nós. Ninguém conseguirá chegar a Deus por seus merecimentos pessoais. Nosso currículo pode impressionar os outros, mas não mexe um milímetro o coração de Deus. Este só não despreza “um coração compungido e contrito” (Sl 51:17). O resto lhe dá náuseas.

Ele não conseguia encaixar seu caso em outra perspectiva. Sua revolta contra seus amigos não é tanto pela teologia deles, com a qual ele em parte concorda, mas é por não ver como a sua situação se encaixa nessa cosmovisão. Se ele é justo e íntegro, como pode estar sofrendo? Tem momentos na vida em que as circunstâncias nos levam a pensar em novas possibilidades. Normalmente são os momentos de crise, que nos tiram da nossa zona de conforto e nos forçam a olhar as coisas de outro jeito. Se a gente não conseguir fazer isso, corremos o risco de ficar a vida inteira amargurados, murmurando pelos cantos e reclamando da vida. Será mesmo que os céus e a terra conspiram contra a nossa felicidade? Ou será que existe uma resposta melhor do que essa, que não conseguimos descobrir porque estamos cegados por nosso orgulho, vaidade e teimosia?

Deus ainda estava trabalhando no seu caráter. Pense em uma pessoa que influenciou muito suas vidas. Um líder, pai, professor, discipulador, um grande amigo. Agora imagine que você fica sabendo que eles têm falhas tão gritantes que Deus precisa corrigir. Como reagimos diante disso? Em geral, fazemos uma dessas coisas, quando não as três juntas: apontamos o dedo acusador (“ele nunca poderia ter feito isso”); abandonamos o sujeito (“Ele que se vire sozinho; que me esqueça”); usamos o fato como desculpa (“Ah! Se nem ele consegue ser um cristão excelente, por que eu teria que me preocupar?”). Não nos esqueçamos, porém, que Deus está ainda trabalhando, mesmo nos melhores e mais fiéis de seus servos, como era o caso de Jó.
Mas quando Deus fala, Jó demonstra uma grande virtude: saber ouvir a voz de Deus. Isso faz muita diferença. Até que enfim ele põe a mão sobre a própria boca, coloca-se no seu devido lugar e faz declarações extremamente corajosas para quem era um líder, uma referência, um sacerdote da sua extinta família. Imagine como foi difícil para ele admitir diante de seus amigos de tanto tempo que o seu conhecimento prévio sobre Deus era absolutamente superficial. Que ele tinha cometido uma tremenda insensatez ao questionar os planos e intentos de Deus: “Bem sei que tudo podes e nenhum dos teus planos pode ser frustrado” (42:1). Mais impressionante ainda: “eu te conhecia só de ouvir falar, mas agora os meus olhos te vêem”.

Até aquele momento, Jó agia por instinto religioso. Ele sabia o que devia fazer e fazia. Sacrificava, falava de Deus para os filhos. Mas agora, depois de ter ouvido o que Deus tinha a dizer sobre Si mesmo (muito mais do que ter passado por tudo o que passou), ele passa a ter uma experiência com Deus. Algo que era só dele e de mais ninguém. Não importava mais o que seus amigos pensavam. Não interessava a opinião das pessoas. O que realmente importava era a sua relação pessoal com Deus. Ele, agora sim, era um novo Jó.

Note que ele não sabe ainda o que está por acontecer. Nenhuma luz lhe foi dada de que sua sorte seria restaurada, que ele viria a ter o dobro de tudo o que já tivera na vida, que teria a bênção de ser pai com a experiência e a “curtição” próprios da idade de ser avô. Ele continua assentado no lixão da cidade. As feridas ainda não secaram. Seus amigos ainda estão ali. Seus filhos não ressuscitaram. Dona Jó continua olhando para ele meio desconfiada. As pessoas ainda passam na rua olhando com desprezo para o ex-magnata.

Nada disso tem importância mais. Jó já foi abençoado. Ele conheceu a Deus. O Todo-poderoso não é mais para ele apenas um motivo para longos discursos e altercações. Deus agora é alguém a quem ele conhece por si mesmo.

E então, ao invés de fazer mais um longo arrazoado sobre sua integridade, filantropia, retidão e bondade, ele conclui humilde: “eu me abomino e me arrependo no pó e na cinza”. Para onde foi o Jó arrogante, do estilo comigo-ninguém-pode, que acha que Deus errou? Esse Jó acabou. Morreu. Diante da revelação e da experiência com um Deus verdadeiro e vivo, essa transformação se dá. Agora ele pode até interceder por seus amigos.

É por isso que eu digo: esta não é a história de Jó. É a história do Deus de Jó. É disso que se trata este livro. Um Deus extraordinário revelando-se a homens comuns. Um Deus que tem o maior prazer em se fazer conhecido. Um Deus que pode nos alcançar e transformar, seja qual for o drama que estivermos vivendo. No dia da perda, da dor, do sofrimento, da injustiça, do prejuízo, da tristeza, da dificuldade, no dia da angústia, enfim, precisamos lembrar que o Deus de Jó pode ser também o nosso Deus.

Essa é a hora de checarmos até que ponto falamos sobre Deus mais do que O conhecemos de fato. É hora de ouvir Sua voz, falando do Seu poder, da Sua capacidade extraordinária de fazer coisas inexplicáveis, que a gente nunca conseguiria repetir ou imitar. É hora de verificarmos se somos religiosos ou se temos uma relação de verdade com o Deus Criador e Sustentador do Universo.

Quando você conhece a Deus, as circunstâncias não importam. Se é sofrimento ou prosperidade, se tem muito ou se tem pouco. Não interessa se você conseguiu todas as respostas às suas inumeráveis perguntas. O ponto de interrogação, da dúvida e da perplexidade se transforma no ponto de exclamação, de assombro, da empolgação, da descoberta de um Deus maravilhoso.

Porque "bênção" mesmo é conhecer a Deus. E ponto final.

Marcos Senghi Soares
Publicado originalmente em 2006, na Colunet de www.irmaos.com

domingo, 26 de dezembro de 2010

Ponto de Interrogação - 5




Leia antes os artigos de 1 a 4 da série para fazer melhor sentido

Amigos, imaginem se um de vocês fosse fazer uma visita a um amigo em estado terminal, numa situação horrível, o corpo coberto de feridas purulentas e mal-cheirosas, o cara em crise com Deus, sem saber e sem aceitar o que está acontecendo com ele, abandonado e esperando a morte. Aí você entra na sala, liga a televisão, coloca um DVD da National Geographic sobre vida selvagem. O que você acha que seu amigo lhe diria? Imagine a reação dos outros que estão na sala com você. Perceba seus olhares desconfiados, que logo se transformam em censura. Ninguém acredita que você tem a coragem de ser tão inconveniente. É o que seguramente está passando pela cabeça de todos os presentes.

É mais ou menos o que Deus faz com Jó. Ele está cheio de dúvidas. Virou um ponto de interrogação ambulante. Ele tem razões para isso. Olhe o estado que o homem ficou. Ele se revolta, reclama do abandono. Acusa a Deus de injustiça.

E finalmente, depois de longos 35 capítulos de debates, explicações, questionamentos, acusações, apelos, gemidos e gritos de raiva, Deus decide falar. Curioso. Ele não responde uma única pergunta das mais de 600 que Jó e seus amigos fizeram esse tempo todo. Será que ele não estava ouvindo? Será que não prestou atenção? Será que enquanto este terrível sofrimento acontecia aqui embaixo, Deus Pai estava batendo papo distraidamente com o Filho pré-encarnado e com o Espírito Santo?

Não. Certamente não foi este o caso. Até porque Deus demonstra ter ouvido muito bem tudo o que foi dito. Ele censura abertamente os amigos de Jó “por aquilo que disseram”. Deus ouviu também o que Jó falou a seu respeito. Ouviu os desafios lançados. Ele não estava alheio ao que estava acontecendo. Não perdeu um único lance. Nenhuma palavra dita caiu por terra. Sempre é assim. Nada do que acontece foge ao conhecimento e ao controle do Deus Onisciente, Onipresente e Onipotente.

E também do Deus Surpreendente. Ele não segue o caminho que qualquer um de nós, incluindo Jó e seus amigos, poderíamos esperar. Ele não entra na discussão sobre quem está certo e quem está errado. Ele não dá satisfações sobre seus atos. Ele não desvenda o mistério do mal. Não explica porque nem sempre a vida é justa. Ele simplesmente fala a respeito de Si mesmo e de Sua revelação através da Natureza.

Os papéis agora se invertem. Não é mais Jó quem faz as perguntas. Não é mais Jó quem exige respostas. Agora quem faz isso é Deus. “Levante-se Jó. Fale comigo como homem. Agora eu vou perguntar e você me fará saber” (40:7).

Ao invés da esperada explanação sobre os motivos do sofrimento de Jó, as injustiças da vida, a prosperidade dos ímpios ou a causa das doenças da humanidade, Deus discursa apenas e tão somente sobre o seu poder incomparável, manifesto nas coisas da natureza que estão ao nosso redor. Natureza indomável, que funciona sozinha por si mesma, sem que ninguém precise interferir. Até porque quando o homem põe a mão, gera um desequilíbrio que põe em risco todo o sistema.

Deus não bate boca com Jó. Não precisa se explicar. Simplesmente porque não adiantaria explicar o que um ser limitado jamais conseguiria compreender: os desígnios de Deus. Seus mistérios e sua sabedoria. Imagine Noé tentando entender os motivos que levaram Deus a destruir a humanidade. Enquanto discutia e argumentava, o dilúvio chegaria e os levaria a todos.

Não é que Deus não tinha bons motivos e que estivesse agindo na base do despotismo irresponsável. Nem é que Deus “não tinha palavras para expressar” o que pensava. A questão era que Deus estava preocupado em revelar-se a Si mesmo para Jó e não simplesmente satisfazer sua curiosidade ou responder suas dúvidas filosóficas.

O livro de Jó não é apenas um tratado sobre o sofrimento. Você não vai encontrar as soluções que tanto buscam os teólogos e filósofos sobre o problema do mal. Jó também não é um livro sobre a soberania e a grandeza de Deus, embora aborde estes temas sob muitos aspectos.

Jó é um livro que revela o próprio Deus. Toda a história se desenrola para que o homem que sabia “sobre” Deus seja capaz de conhecer “Deus”. Isto faria toda a diferença em sua vida, muito mais do que qualquer das respostas às centenas de dúvidas que ele acrisolava em seu coração perturbado.

Será que Deus conseguiu realizar seu intento?

Isto é o que veremos no último artigo da série. Aguardem.

Marcos Senghi Soares
Publicado originalmente em 2006, na Colunet de www.irmaos.com

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cristianismo e Religião 6/9 - Deus Confinado x Deus Onipresente - Audio mp3

Já reparou como os deuses da religião estão sempre presos? Ou em cima do altar ou dentro do templo ou em alguma montanha remota. Muitos cristãos querem que o Deus verdadeiro seja reduzido a esta condição. Porém o Deus da Bíblia é Onipresente, não pode ser amarrado às paredes de uma religião. Pense sobre isso enquanto ouve a mensagem abaixo

domingo, 19 de dezembro de 2010

Ponto de Interrogação - 4



Leia primeiro Ponto de Interrogação 1, 2 e 3 abaixo

Amigos, o que Deus queria com Jó afinal? Ele não era um homem justo, temente a Deus, que se desviava do mal? Não era uma referência? Não era um homem acima de qualquer suspeita? Era. Tudo isso e mais um pouco. Por isso mesmo, ele começou a se achar.

Havia coisas que todos sabiam sobre Jó. Havia outras que até o diabo sabia; outras que apenas sua família sabia; outras que até seus amigos sabiam; outras que só Jó sabia. Mas o que realmente estava no coração de Jó, só Deus sabia. E na sua imensa sabedoria, Deus usa todo aquela tragédia e sofrimento para revelar as profundezas do seu coração, purificá-las e fazer com que ele passasse a pensar como Deus e agir como Deus.

Depois dos sete dias de silêncio, encontramos as palavras “Disse Jó”. Mais do que ser o menor versículo da Bíblia em português, esta expressão é fundamental para compreendermos o que virá pela frente. Isso porque alguns argumentam que tudo o que Jó diz no seu livro é aprovado por Deus, uma vez que em 2:1 é dito que “em todas essas coisas, não pecou Jó com seus lábios”. Então, concluem eles, Jó só falou o que deveria ter falado. Só que antes deste pequeno versículo, o texto registra que “depois destas coisas”, isto é, os acontecimentos dos dois primeiros capítulos do livro, a história continua. O capítulo 3 abre-se como que num sinal luminoso de alerta. Vem a cena 2.

Ela se abre com um lamento e uma reclamação pesada. Jó afirma que era melhor ele não ter nascido. Ele amaldiçoa o dia do seu nascimento. E ao fazer isso, mais do que desabafar, ele comete um grande erro. Você pode levar em conta a situação, a dor, a doença, a febre, a fome. Mas ainda assim é um erro. Se é Deus quem determina o dia de cada um de nós nascer e morrer, quem conta os nossos dias, escreve-os no seu livro, desde que somos ainda apenas uma substância informe no ventre de nossa mãe, Jó está na verdade dizendo que Deus errou ao fazê-lo nascer.

Mas ele não pára aí. Em alguns momentos, durante os debates que se seguirão com seus amigos, ele deixa de responder a eles e dirige-se a Deus. Embora em momento algum Jó abre mão de Deus ou de sua fé nele, suas palavras revelam o que vai por dentro do seu coração. Veja alguns exemplos:

“Eu não sou culpado e Deus sabe disso (10:7). Embora eu seja íntegro, ele me terá por culpado (9:20). Ou seja, estou sendo condenado injustamente. Deus está errado no que pensa a meu respeito. Alguém precisa avisar o Todo-poderoso logo, porque ele se enganou”.

“Eu queria mesmo era processar Deus. Levá-lo a um tribunal e pedir vistas ao processo. Sabe qual seria o veredicto, se isso fosse possível? EU SERIA INOCENTADO” (13:3; 17-19; 23:1-7). Isso mesmo. Jó tem certeza de que ganharia a causa num tribunal em que ele fosse o acusador e Deus o réu.

“Deus quer acabar comigo e não há nada que eu possa fazer (10:7-10). Portanto, este é um relacionamento injusto. Eu estou em nítida desvantagem, porque sofro sem merecer nas mãos de um Deus que não tem rival. Tenho um monte de reclamações contra Deus, mas não tenho a quem reclamar”.

“Se existisse alguém para servir de árbitro entre nós dois, colocando sua mão sobre nós (e nesse ato deixando-nos, eu e o Todo-poderoso em pé de igualdade), a coisa seria bem diferente” (9:32-33). De novo: na cabeça de Jó, Deus estava errado e só um tribunal poderia consertar o erro.

“Veja o meu currículo (31:1-40): sou moralmente puro (v.1-4), honesto (v.5-8), fiel no meu casamento (v.9-12), um bom patrão (v.13-15), socialmente responsável (v.16-23), desprendido dos valores materiais (v.24-25), não sou idólatra (v.26-28), não tenho o que esconder (v.29-34). Será possível que isso não me faz merecer a recompensa de Deus?”

“Quem está rindo de mim hoje é gente que não serviria nem para ser colocado ao lado dos cães que guardavam as minhas ovelhas” (30:1). Este era o conceito de “ser humano” que o filantropo Jó tinha sobre seus empregados.
Antes de sair em sua defesa, lembre-se de algumas coisas. Em primeiro lugar, tenha por certo de que o sofrimento não criou um novo Jó. Apenas colocou para fora o que estava dentro dele. É o que acontece com aqueles chás de saquinho. Você coloca água quente no copo, de repente ela começa a tomar a cor liberada pelo chá. A água não criou nada. Ela foi somente um instrumento usado para liberar o que estava lá dentro. O sofrimento é a água quente no saquinho de chá do nosso amigo Jó e de todos nós.

Em segundo lugar, não fique decepcionado com Jó ao saber que ele pensava assim. Ele era apenas um homem expressando com sinceridade algumas coisas que antes estavam ocultas, possivelmente até dele mesmo. Quando tudo vai bem, conseguimos esconder-nos por trás das convenções sociais, religiosas e morais. Quando o caos se instala é que vamos saber do que realmente somos feitos. E muitas vezes nessas horas o resultado nos assusta.

Em terceiro lugar, não há incompatibilidade entre essas conclusões e o fato de Deus ter declarado que Jó era íntegro e temente a Deus e que se desviava do mal. Cornélio também o era, mas ainda estava perdido e sem uma experiência real com Deus até que Pedro prega para ele e o Espírito de Deus se revela completamente. O coração de Jó, apesar da externa religiosidade, continuava abrigando o orgulho, a justiça própria e a vaidade de tentar fazer alguma coisa para merecer o favor de Deus, comparando-se aos outros e desafiando o próprio Santo do universo.

Em quarto lugar, se você deixar em algum momento de olhar a vida dele por esta perspectiva, vai chegar erroneamente à conclusão de que Jó é um padrão inatingível. Ninguém jamais conseguirá ser como ele. Nada mais enganoso. Há muitas pessoas como Jó pisando a face da terra neste mesmo instante. Até melhores do que ele, quem sabe? Jó era apenas “um homem da terra de Uz”. Não era um super-homem. Era um homem.

Por tudo isso, Jó ainda está por conhecer a Deus de maneira mais profunda e experimental. Por enquanto, apesar do excelente desempenho, ele o conhece só de ouvir falar.

Marcos Senghi Soares
Publicado originalmente em 2006, na Colunet de www.irmaos.com

sábado, 18 de dezembro de 2010

Ponto de Interrogação - 3



Leia antes Ponto de Interrogação 1 e 2 abaixo

Amigos, os que assistiram ao filme “O Náufrago”, com Tom Hamks, hão de se lembrar da cena em que ele, depois do acidente aéreo que sofre, vai parar numa ilha deserta. Aos poucos, começa a se adaptar à nova realidade. Recolhe alguns destroços e encomendas que boiavam. Entre essas coisas há uma bola de vôlei, da marca Wilson, à qual ele elege como seu novo amigo. Passa a conversar com ela, procura dar-lhe uma aparência humana. Vira uma companheira imaginária. De certa maneira, esta bola evita que ele enlouqueça. Ele podia viver sem muita coisa, mas a solidão era algo insuportável.

Depois que Jó perde tudo e acha que nada poderia ser pior do que as muitas desgraças que lhe haviam acometido nos últimos dias, ele começa a sentir umas coceiras estranhas. Primeiro, surgiram somente umas bolhas, do tipo catapora. Nada que um banho de permanganato de potássio não aliviasse. Verdade que ele teria que comprar fiado na farmácia, porque não tinha mais um centavo furado no bolso. O problema é que não era catapora. Era um tipo terrível e raro de câncer de pele, que começou a devastar a saúde do homem. Em poucas horas, as bolhas tinham virado feridas purulentas e mal-cheirosas. Não era somente uma “erupção subcutânea”. A doença afetou todo o metabolismo de Jó. Quem lê somente os dois primeiros capítulos, tem idéia de um homem meio parecido com o Mahatma Gandhi, sentado no chão se coçando com um caco. Mas a cena que o próprio Jó descreve ao longo da sua poesia é algo muitas vezes pior do que essa. Veja algumas coisas e, se tiver um tempinho, confira as referências em sua Bíblia.

Ele não tinha mais casa. Estava agora sentado no lixão da cidade (30:24). Sentia dores constantes (2:13; 9:28); passou a sofrer de insônia e falta de ar, suas chagas formaram crostas e produziam vermes que andavam dentro delas (7:3-5; 9:17, 18); tinha olheiras profundas (16:16). Seu hálito e o mau cheiro das feridas tornou-se intolerável (19:17). Sua pele ficou escurecida e ele tinha febre alta o tempo todo (20:30). Como se poderia esperar, ficou extremamente magro (16:8; 19:20), uma vez que não conseguia comer e nada parava no seu estômago lesado.

Além disso, seus “amigos” de outrora desapareceram. Ninguém mais ligava para ele nem vinha visitá-lo. Acredite, todos nós temos “amigos” assim. Quando tudo está indo bem, eles estão sempre bajulando. Têm um largo sorriso, convidam você para seus jantares e sociabilidades, telefonam sem motivo especial, querem saber como vão os negócios, se os filhos estão bem. Na hora que a coisa aperta ou não há nada mais que os faça “interessar-se” por você, somem todos. Muitos criticam a mulher de Jó por sua atitude e seus conselhos errados. O próprio Jó disse que ela estava falando como uma doida varrida. Mas pelo menos ela estava lá. Não fez como algumas mulheres, que abandonam seus maridos à própria sorte na hora da amargura. Ela também tinha sofrido perdas. Os filhos eram dela também. A 1ª dama do Oriente agora estava na rua da amargura. E ela ficou ali até o fim.

Quatro amigos fizeram a exceção da regra. Elifaz. Bildade. Zofar. Eliú. Eles moravam longe. Tiveram que viajar de suas casas para encontrar Jó. Quando ouviram as aterrorizantes notícias, deixaram o que estavam fazendo, combinaram e vieram juntos para visitar o amigo. Chegaram lá e não podiam acreditar no que viam. Nem reconheceram a figura esquálida do ex-magnata do Leste. Choraram, choraram alto, não fazendo a mínima questão de esconder o sentimento de tristeza que assolava suas almas. Rasgaram suas roupas e jogaram pó sobre suas cabeças, num ato visível de consternação, de indignação, de extrema amargura e desespero.

Então sentaram-se no chão ao lado de Jó. Ficaram sem fala. 7 dias e 7 noites. Nem uma palavra. Só ficaram ali. Não era bom negócio ser amigo de um Jó naquelas condições. Era vexatório. As pessoas passavam na rua e zombavam dele. Comentavam uns com os outros “mas aquele ali não era o dono da transportadora? Credo! Que coisa horrível ele virou!”. Seus amigos não se importaram com isso. Vieram prestar sua solidariedade. Estenderam o bálsamo da sua visita e do seu consolador silêncio.

Eu preciso de amigos assim. Preciso de gente que saiba entender que o silêncio também fala. O silêncio consola. Dou graças a Deus porque, embora meu sofrimento não chegue aos pés do de Jó, tenho mais do que 4 amigos que não me abandonam. Pessoas que não precisam explicar porquê são meus amigos. Que não têm vergonha de se declararem assim, independentemente do que as outras pessoas vão dizer ou pensar. Gente que senta no chão e chora junto comigo quando precisa, porque sabe que nem tudo na vida é controlado por nossos planos e desejos. Há momentos em que as coisas saem do trilho. Dou graças a Deus por esses verdadeiros amigos, que não me cercam apenas quando interessa, que não me usam para fazer e falar o que eles querem, enquanto querem, e depois me descartam, mas, ao contrário, têm tempo para me ouvir, para me aconselhar, para me orientar, para me entender e para andar comigo.

Pena que os amigos de Jó não ficaram assim até o fim da história. Teriam entrado para a posteridade como uma referência universal de consoladores em todos os tempos. É que depois de 7 dias e 7 noites, eles resolveram abrir a boca. E aí tentaram fazer o que não sabiam: explicar o imponderável. Talvez porque se acharam na obrigação de dizer “alguma coisa”, perderam-se em divagações filosóficas e teológicas, que só aumentaram o sofrimento daquele a quem tinham vindo tão altruisticamente consolar. Mas isso é assunto para outra série, ou talvez para um livro no futuro.

Marcos Senghi Soares
Publicado originalmente em 2006, na Colunet de www.irmaos.com

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Ponto de Interrogação - 2



Leia primeiro Ponto de Interrogação 1 abaixo

Amigos, vocês se lembram das fases de suas vidas em que tudo ia bem? Você passou no vestibular, se formou em pouco tempo, sem DP´s, conseguiu um belo emprego, as pessoas o respeitavam, carro novo na garagem, férias duas vezes por ano, ida ao supermercado sem listinha de economia, cartão de crédito liberado, amigos em casa para o churrasco e a pizza, promoção no emprego e, claro, aquela ida à igreja no final de semana, onde tudo funcionava perfeitamente, louvor bem afinado, boa (e curta) pregação sobre os problemas da vida, futebolzinho na TV à tarde, outro culto à noite.

Assim era Jó. Até melhor do que isso. O homem ficou tão rico, mas tão rico, que em todo o Oriente não havia ninguém mais rico e poderoso do que ele. Seus negócios no ramo de logística cresceram tanto, que ele se tornou o dono da maior frota de camelos do seu tempo. Então aumentou para uma frota de jumentos, depois partiu para a pecuária. Como o rei Midas, tudo o que ele punha a mão virava ouro. Criou uma família linda e alegre. Era um cidadão religioso, temente a Deus, como Cornélio seria milênios mais tarde. Ele oferecia holocaustos a Deus freqüentemente, tinha suas devoções, gozava de boa reputação. Seu caráter provado o elevou à condição de juiz na terra. As pessoas não tomavam nenhuma decisão na comunidade sem consultá-lo. Quando ele passava, as pessoas paravam de conversar e rir em sinal de respeito. Era uma referência. Aquele cidadão que toda turma de formandos quer como paraninfo. As entidades assistenciais o procuravam, porque sabiam que sempre sairiam polpudas somas quando se tratava de ajudar pessoas carentes e necessitadas. Ele se sentia na ante-sala do céu. Acima dele, só o Todo-poderoso.

Até que um dia... sempre chega “um dia”. Tudo corria como sempre. Jó lia os jornais da manhã, feliz por perceber que as ações de sua empresa não paravam de subir. O dólar podia subir ou baixar. Os embargos ao Irã não afetavam sua fortuna. Mas chegou uma notícia que não tinha sido publicada ainda: seus rebanhos de bovinos e eqüinos tinham sido saqueados por um bando de beduínos fora-da-lei; seus rebanhos de ovinos tinham sido consumidos por uma misteriosa e inexplicável chuva de fogo; os caldeus tinham atacado a frota de camelos e levado tudo embora. Os servos estavam mortos. Só tinham escapado três mensageiros para lhe trazer as devastadoras notícias que mudariam sua vida para sempre.

Jó fica sem fala. Todo o trabalho e esforço de uma vida inteira perdidos de uma hora para outra. Ele tinha ficado pobre, literalmente, do dia para a noite. Na verdade, do dia para o mesmo dia. E agora, Jó? Vamos ter que começar tudo de novo. Mas isso não era tudo. Antes que ele tivesse tempo de articular qualquer palavra, chega a pior de todas as notícias. Como aquele telefone que toca no meio da madrugada, quando os filhos estão na rua. Aquela batida na porta que ninguém espera ouvir. “Seus filhos e suas filhas estão mortos, Jó. Uma tempestade de vento derrubou a casa onde eles estavam, não sobrou ninguém”.
Inexplicavelmente, tirando uma força sabe-se lá de onde, Jó consegue finalmente levantar-se e fazer uma declaração que atravessaria os séculos e os problemas de milhões de pessoas ao longo da história da humanidade: “O Senhor o deu, o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor”.

Jó não sabe o que nós sabemos. Ele não tem o script do filme de sua vida. Nada lhe é dito sobre as conversas nas regiões celestiais, o desafio que Deus lança a Satanás a seu respeito e muito menos a autorização que este recebe para provar Jó. Tudo o que ele conhece é a dor da perda. Tudo o que ele enxerga é um cenário de devastação e miséria. Não sobrou nada.

Pelo menos é o que ele pensa. Em pouco tempo ele vai descobrir que ainda tinha sobrado muita coisa, coisa pela qual ele daria tudo para reaver, ainda que fosse o único e último pedido seu a ser atendido.

Como é que um homem neste estado não pode ter dúvidas? Como não ficar aturdido diante de tantas circunstâncias adversas? “Circunstâncias adversas” chega a ser um eufemismo para descrever o estado de Jó. O que pode acontecer de pior?

Mas esta é a vida debaixo do sol. Nada há tão ruim que não possa ser piorado. Depois da tempestade, às vezes vem a bonança.

Outras vezes vem a enchente.


Marcos Senghi Soares
Publicado originalmente em 2006, na Colunet de www.irmaos.com

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Ponto de Interrogação - 1




Amigos, alguém já disse que maturidade de um homem vai sendo atingida na medida em que, no início de sua vida ele aprende a fazer perguntas. Depois ele começa aprender as respostas a essas perguntas. Por fim, ele descobre quais perguntas valem a pena serem feitas.

Temos todos muitas dúvidas o tempo inteiro. Nosso conhecimento é limitado e falho. Mesmo aquilo que sabemos nem sempre é aquilo mesmo. Julgamos as circunstâncias, as pessoas, a vida e até Deus a partir da nossa visão de mundo, das experiências através das quais passamos, do nosso estado de espírito. Por esta razão não é raro chegarmos a conclusões erradas e nos depararmos com dúvidas cruéis.

Houve um homem que viveu este dilema com uma intensidade incomparável. Era um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó. Um dos mais antigos, senão o mais antigo personagem bíblico depois de Noé. A maioria de nós conhece a sua história. Ou melhor, conhecemos uma parte da sua história. Quase todo mundo sabe quase de cor os primeiros dois capítulos do seu livro e... o último. Pouca gente lê o que está no meio. Aquilo que eu chamo de “o miolo de Jó”. E porque só lemos o que nos interessa da história, desprezando o que o Espírito Santo registrou para nosso ensino, tiramos lições pela metade desse personagem, muitas vezes até lições erradas.

Há pouco tempo, dei uma série de estudos nesses capítulos poéticos de Jó e uma porção de gente ficou escandalizada, ofendida até, com algumas conclusões a que chegamos a respeito desse grande homem de Deus. Mas quando eu perguntava “você já estudou os outros capítulo do livro?”, a resposta, sempre sem graça, com uma certa ponta de vergonha era “não, nunca estudei”. Alguns, maliciosamente, chegaram a dizer que eu lia uma Bíblia diferente da deles. Não era bem assim. Eu simplesmente tinha lido o que eles não tinham ainda.

Voltei nos últimos dias a considerar a história de Jó, mais especificamente os questionamentos de Jó. Porque eu também tenho dúvidas. Eu também sofro quando não encontro as respostas que procuro. Eu também sou “um homem na terra Brasil”, embora esteja a anos-luz de ser o “o maior, mais rico e mais influente” da minha cidade. Também não posso afirmar (se você puder, apresente-se) que Deus olha para mim e me vê como um homem “justo, temente a Deus e que se desvia do mal”. Mas sou um homem. Minhas dúvidas brotam desse fato e não daqueles. Tenho dúvidas porque sou limitado em meu conhecimento. Não conheço os bastidores do céu. Não conheço o capítulo 42 da minha vida.

Jó não consegue entender porque Deus, com todo o seu poder, não quer atendê-lo e mudar sua situação (capítulo 27). Ele entende que há necessidade de uma sabedoria verdadeira, do alto, divina, para conseguir desvendar os mistérios da vida que lhe são ocultos (capítulo 28). Aquele que pouco tempo atrás era o maior do Oriente recorda a posição que ocupara, de líder respeitado, de conselheiro, que sempre tinha a última palavra em todas as questões do seu povo (capítulo 29) e contrasta, cheio de mágoa e desconforto, com a triste situação atual em que se encontra (capítulo 30). E concluiu todo esse arrazoado com a pior parte do seu sofrimento: “Clamo a ti, e não me respondes; estou em pé, mas apenas olhas para mim” (30:20).

Esta era, sem dúvida, a pior parte. POR QUE ISSO ESTÁ ACONTECENDO? POR QUE TEM QUE SER DESSE JEITO? E o céu parecia uma parede espessa de pedras, cruel, intransponível, impenetrável.

Você já se sentiu assim? Já passou por momentos em que tudo dá errado e não há explicação lógica para o que está acontecendo? A vida já lhe pareceu injusta e sua dor inexplicável?

Eu já. São pedaços difíceis de atravessar, porque a sensação é de que quanto mais você clama, menos é ouvido. A maioria dos seus amigos desaparece, você queria resposta de Deus para ontem, mas nem amanhã elas surgem.

Acompanhe-me nessa curta série sobre esse majestoso livro da Bíblia. Não que você vai conseguir todas as respostas para a vida. Mas pelo menos vai ficar sabendo que essas coisas já aconteceram com outros.

Marcos Senghi Soares
Publicado originalmente em 2006, na Colunet de www.irmaos.com

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Cristianismo e Religião 5/9 - Mérito x Graça - Audio mp3

O homem sempre buscou aproximar-se de Deus por seus méritos. E Deus sempre deixou claro que não funcionaria assim. Tinha que ser pela graça, porque nada de bom haveria em nós para sensibilizá-lo. Esta é a essência do Cristianismo verdadeiro. Ouça mais.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Qual é o assunto do livro de Jó?

Meus amigos,
talvez um dos livros menos compreendidos das Escrituras seja o fascinante livro de Jó. A razão é muito simples: em geral, as pessoas leem os dois primeiros capítulos e pulam apressadamente (ou talvez preguiçosamente) para o último. Por isso, ficam com uma impressão errada ou deixam de absorver a grande mensagem do livro.
Qual é a lição principal ali? Qual o assunto predominante? O que temos a aprender com uma das histórias mais antigas da Bíblia?
Isso tudo é o que queremos abordar, com muita simplicidade, numa série que vou fazer no Twittcam a partir de hoje, segunda-feira 13 de dezembro, às 21h.
Posso contar com você? Divulgue, assiste e participe.

Até lá.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Cristianismo e Religião 4/9 - Estática x Dinâmica - Audio mp3

Outra característica marcante da religião é que ela nunca muda. É sempre do mesmo jeito. Não espere novidades. Ao contrário, a vida com Deus é completamente dinâmica. Cada dia é vivido com novas expectativas. Ouça mais sobre isso clicando abaixo.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Cristianismo e Religião 3/9 - Audio mp3 Cerimônia x Culto do Coração

O culto racional proposto pela fé cristã vai muito além das cerimônias frias e vazias das religiões humanas. Cristianismo não é uma mera religião que tenta se sabotar com tal. Isto é uma reducionismo absurdo, que só cabe na cabeça de quem quer ser politicamente correto. Ouça mais clicando abaixo.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Dica Programa Somos 1

Olá, pessoal,
quero dar a vocês uma dica interessante. Conheci um pessoal de um programa de TV de Ribeirão Preto que faz um trabalho muito bacana. Falo do programa da Ana Paula Pitta, com produção de Erika Brandeburgo, na TV Net Ribeirão Preto.
Eles tem uma proposta muito legal, abordam temas relevantes mesmo. Tive o privilégio de participar de alguns dos seus programas. Quando forem pro ar eu vou disponibilizar aqui no meu blog. Enquanto isso, clique em Somos 1 e conheça. 
Taí um bom lugar para investir. É uma equipe batalhadora que merece um apoio do povo de Deus.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Cristianismo e Religião 2/9 - Audio mp3 - Dogmas x Estilo de vida

Na segunda parte da série Cristianismo x Religião, o ponto agora é que as religiões são baseadas em dogmas e procedimentos. O Cristianismo é um estilo de vida, algo que acontece no dia-a-dia, não está restrita a meros cumprimentos de regras.


Na segunda parte da série Cristianismo x Religião, o ponto agora é que as religiões são baseadas em dogmas e procedimentos. O Cristianismo é um estilo de vida, algo que acontece no dia-a-dia, não está restrita a meros cumprimentos de regras.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Cristianismo e Religião 1/9 - Audio mp3

Olá, pessoal,
esta série em audio foi gravada há 4 anos para a Colunet, minha coluna semanal em http://www.irmaos.com/
Disponibilizo para sua reflexão. Comentários serão bem-vindos.
Acompanhe estas meditações diárias, na busca de uma melhor compreensão do que é o Cristianismo autêntico.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Tríalogos - Espiritualidade

Gente boa,
clique aqui e veja o papo sobre Espiritualidade que aconteceu no programa Triálogos, da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP), do âncora Fabiano Pereira.

Espiritualidade no trabalho e no discipulado




Para muita gente, trabalho e negócios não são associados à prática da espiritualidade. O conceito de servir a Deus está ligado na mente das pessoas apenas a um envolvimento institucional com uma igreja, organização missionária ou filantrópica.

É preciso incentivar o cristão a enxergar seu ambiente profissional como o lugar onde Deus o colocou para honrá-lo e vivenciar sua fé, mesmo quando não for possível verbalizá-la.

A ideia de que o Reino de Deus está somente nas "questões religiosas" não está correta. O chamado de Jesus é "Vem e segue-me". E seguir é em qualquer lugar. A prática do discipulado permite experimentar esse convite do Mestre, que  inclui andar junto e o compartilhar da vida e da fé.  O verdadeiro discípulo exerce sua espiritualidade em qualquer lugar:  pode acontecer na sala da sua casa, na mesa da cozinha ou no contato diário com seus colegas de trabalho.

Deus espera que o sirvamos em todos os lugares, seja o escritório, a loja, o tribunal, a sala de aula ou a mesa de reuniões da diretoria.

Espiritualidade no trabalho faz parte do discipulado.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Queremos encontrar você!



Sim! Estamos à sua procura. Você se encontra nas estatísticas dos que compraram o livro Fazendo Discípulos? Se sim, queremos entrar em contato para trocar ideias, saber como você  usou o livro e quais foram suas experiências. Se não, queremos desafiá-lo a experimentar uma das coisas que mais produz alegria na vida: ver uma pessoa se desenvolver na fé através da sua vida e dos ensinamentos sobre Jesus Cristo revelado na Bíblia. Conte sua experiência. Tire suas dúvidas. Envie suas perguntas. Queremos encontrar mais discípulos e discipuladores!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Livro Fazendo Discípulos


Olá, pessoal.
Este é o meu livro para discipulado. Estamos na 2a edição. Muitos de vocês já usaram ou estão usando este material, que é composto por lições práticas, com tarefas diárias para o discípulo fazer, aplicando a matéria estudada. Como vamos enfatizar no curso on line que vou disponibilizar a partir da semana que vem, o livro serve como material de apoio em sua prática de discipulado, principalmente o individual.Mas há pessoas usando também em classes de Escola Dominical, grupos pequenos, células, reuniões de jovens etc. 
Para adquirir, clique aqui

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Um contato com discipuladores

Olá, pessoal,
conforme prometido, estou criando este novo canal de comunicação para trocar ideias com aqueles que estão empenhandos em discipular pessoas. Em particular, é uma forma ágil de entrar em contato com você que usa ou já leu o nosso material, o Fazendo Discípulos.
Por aqui, vamos atualizando e respondendo suas dúvidas, acatando suas sugestões e tentando, a cada dia, melhorar nossa capacitação para que nossa missão seja cumprida de maneira prazerosa e adequada.
Afinal, são vidas preciosas que nos foram confiadas.

E não há nada mais gostoso do que levar uma pessoa à maturidade cristã, através do discipulado pessoal.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Uma caminhada ao lado do Mestre


O cumprimento integral da Grande Comissão precisa incluir o discipulado dos que creem. Esta tarefa imprescindível inclui batizar e ensinar as palavras de Jesus aos novos convertidos. Tal como os primeiros discípulos, Ele quer que os novos cristãos aprendam a caminhar com Ele pela vida afora, mesmo nos momentos mais áridos da vida. Seja muito bem-vindo a caminhada.