terça-feira, 22 de março de 2011

Pedofilia Teológica

O mundo evangélico vem sendo novamente sacudido por uma enxurrada de gente que se diz decepcionada com Deus e que se colocaram a criar um “outro deus”. O da Bíblia eles não querem mais. Cansaram da brincadeira.

São os pseudoteoólogos que se acham donos de uma capacidade extraordinária de pensar, de criar uma teologia nova, de descobrir o que nunca ninguém foi capaz de enxergar ao longo de 2000 anos. Quem conhece o mínimo da história da igreja, incluindo a recente, vai perceber que de novo essas bobagens não tem nada. Esse povo está tentando tirar o pé da frigideira e colocando direto no fogo.

Se eles quisessem fazer como o Rubem Alves (estranhamente admirado por alguns deles), que já afirmou claramente que a “fé faz parte do seu passado” e tomassem seu rumo sozinhos, ainda seria compreensível. Eles já não são mais crianças. Sabem o que querem, o que escolheram e o que acham melhor para suas vidas. Temo que um dia eles aprendam que estavam enganados pela forma mais difícil. Que Deus (a quem tanto afrontam) tenha misericórdia deles.

A pior parte para mim é a influência que essa gente causa na mente de jovens que ainda não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda e que acaba tendo suas convicções forjadas por esses caras. São inescrupulosos e não fazem questão alguma de levar incautos atrás de si. São pedófilos teológicos, violentando as estruturas da fé de toda uma geração.

É bem verdade que cada um dará contas de si mesmo a Deus. Mas não há nenhuma dúvida de que somos responsáveis pelas coisas que falamos em nome de Deus, principalmente quando alguns de nós atingem um grau de notoriedade a tal ponto que pessoas (muitas) parem para ouvir o que estamos dizendo. Não foi à toa que Tiago nos exorta a quem não nos tornemos muitos de nós mestres: destes Deus cobrará muito mais, pela influência que exercem, direcionando vidas e fixando conceitos (Tiago 3:1).

Tenho pena dos incautos que repetem feito papagaios o que esses falsos mestres, travestidos de pastores com a Bíblia na mão, tem a dizer sobre um Deus que não conhecem ou a quem, tendo conhecido, trocaram por um saber filosófico que não tem nada a acrescentar à nossa caminhada de fé.

Eu digo não à pedofilia teológica.


Marcos Senghi Soares

2 comentários:

  1. Isso que você menciona no artigo é uma triste realidade. Jovens que buscam a teologia inicialmente por um profundo interesse e disposição para aprender as coisas de Deus a fim de iniciar um ministério missionário ou pastoral, mas que acabam se deixando dominar pelo conhecimento filosófico. Se acham mais espertos e maduros que os demais. Afrontam a Deus ao concluir que "não existe tanto problema assim com o pecado", o que chamamos de pecado nada mais é que a natureza humana dada pelo próprio Deus para usufruirmos plenamente. E, nesse buraco que é muito mais fundo, se perdem muitos que poderiam ser úteis ao reino de Deus, mas acabam por se decidir que pregar a palavra é inútil. Me pergunto diversas vezes que tipo de bíblia esse povo vem estudando porque suas verdades parecem contradizer muito do que a bíblia diz. Misericórdia meu Deus!
    Só lembrando que o verdadeiro conhecimento de Deus não vem através do estudo teológico, mas sim do discernimento do Espírito Santo que nos ensina todas as coisas. A teologia pode ser uma excelente ferramenta desde que bem pesada e medida, avaliada e confrontada assim como fazemos com qualquer outra ciência desenvolvida pela humanidade.

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  2. Excelente texto. Conheço pessoas que mostram ter afinidade com esses pensamentos, é triste mesmo normalizar o pecado!

    Marli, seu comentário foi ótimo!

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