sábado, 12 de março de 2011

Vantagens e Desvantagens de um Deus Não Soberano

Não que se possa encarar de forma meramente pragmática a nossa relação com Deus, mas é de se refletir quais seriam as vantagens de termos um Deus que, nas palavras do Jung Mo Sung no Twitter esta semana “por ser Amor, abdicou do controle sobre o mundo”.
Pense bem, quais serão, em primeiro lugar, algumas “vantagens” dessa tese?
Se Deus não é soberano, então:

1. Sua Palavra não é mais autoridade máxima e nem precisamos nos preocupar com ela. Para justificar isso, encontraremos aquele que pensam ser os livros da Bíblia mera ficção e poesia. Recusam-se a aceitar a literalidade da Bíblia, porque, segundo pensam, podemos usá-la ao bel prazer da crítica textual e, dessa forma, fazer com que ela fale o que nós queremos, não o contrário.

2. Todo o conceito de autoridade superior está eliminado, como preconiza o humanismo. O homem passa a ser o centro do universo e Deus passa a ser seu Servo, aquele que vive correndo atrás da gente para satisfazer nossos desejos e vontades.

3. Deus passa a não mais direito de exigir absolutamente nada. Assim, criamos um deus manipulável e conveniente. À semelhança de um Papai Noel, o bom velhinho de barbas brancas que aparece na nossa vida uma vez por ano para nos dar presentes se fomos bonzinhos, o Deus-não-Soberano só tem mimos aos seus filhos, principalmente os adeptos do “paz e amor”.

Do ponto de vista humano, nada pode ser melhor do que isso. Com um Deus como esse, posso viver minha vida à vontade, sem qualquer restrição além daquelas que a minha ética pessoal ou social me imponha, uma vez que obedecê-lo não é mais condição para a vida, e ainda por cima tenho direito de usar as coisas boas que Ele dá da forma que eu achar melhor.

Haveria desvantagens? Aparentemente não, mas vejamos. Se Deus não é soberano, então:

1. Como conciliar as reivindicações da Sua soberania, fartas nas Escrituras, tanto no Velho como no Novo Testamento? Por exemplo, leia textos como Romanos 14:9, II Pedro 2:1 e I Timóteo 6:15, observando como Deus é chamado ali. Se ele não é soberano de verdade, mas afirma isso tantas vezes, de tantas maneiras e de forma tão clara, ele deve ser louco ou sem juízo. Será que pode?

2. A quem recorrer na angústia, na tragédia, na dor e no sofrimento? Se Deus perdeu o controle de tudo (por amor, segundo se afirma) e agora estamos por nossa própria conta e risco, onde encontraremos paz e consolo?

3. Qual a segurança do nosso futuro e da nossa eternidade, se estamos nas mãos de um Deus impotente, que a todo momento se surpreende com os acontecimentos do dia?

Há um detalhe fundamental (o que, portanto, o torna mais do que um mero detalhe): felizmente, a escolha da nossa vida não é entre um Deus justo e Soberano e um Deus de amor e misericórdia: é apenas crer no único Deus que existe. Não existe um “deus do Ricardo Gondim” e um “deus calvinista norte-americano”. Não existe uma “tradição judaico-cristã” e uma “tradição Greco-romana” a partir da qual criamos Deus. É verdade que estas posições influenciam a maneira como nos relacionamos com Ele, mas elas não mudam o seu caráter e a essência de Deus. Deus é o mesmo Deus, no Velho ou no Novo Testamento, independentemente de você concordar com ele ou de aceitar seus valores e regras.
O Deus da Bíblia não se amolda às nossas conveniências. Ele não se dobra às palavras soltas ao vento, proferidas por caco em meio a outros cacos. O teísmo aberto, com todas as suas vertentes igualmente não comprováveis à luz das Sagradas Escrituras, não podem criar um novo Deus. Tentam, é verdade, criar um novo “deus”, como tantos outros criados à imagem e semelhança de homens revoltados contra o Criador, que na sua petulância querem contender com Ele, para ensiná-lo o que é justiça (Isaías 45:9) e reduzi-lo ao tamanho da nossa mente limitada (e corrompida), com base em nossas idiossincrasias e impressões.
No Salmo 2, Deus diz apenas que “se ri” dos povos que imaginam coisas vãs a seu respeito, tentando sacudir de sobre si o jugo do Seu domínio. Ele apenas zomba deles.

Nada mais Soberano.

por Marcos Senghi Soares

4 comentários:

  1. Marcos, um bom texto meu irmão.
    A frase, Deus “por ser Amor, abdicou do controle sobre o mundo” é horrível! Os teístas abertos a criaram para "tirar" de Deus a culpa por estas tristes e terríveis catástrofes que se abatem sobre os homens. Eles afirmam que se Deus soubesse o que iria acontecer Ele “obrigatoriamente” evitaria. Por isso, entre outros motivos, teria escolhido se afastar.
    Para mim esta frase é contraditória, pois se assim fosse, não faria mais sentido este Deus só amor ter escolhido acabar com o sofrimento?
    Esta Afirmação carece de embasamento bíblico e leva a outras perguntas tais como: Se Ele é amor, porque nos abandonou à própria sorte? Se Ele é amor, não poderia ter impedido satanás de ter acesso ao Homem?
    Outro dia postei uma frase no Twitter e vou replicá-la e expandi-la aqui. Ai vai: “Segundo o Teísmo Aberto Deus escolheu não conhecer o futuro. Como então explicar os seus profetas terem feito previsões tão exatas?” Ou seja, se Ele não conhece o futuro, como foi que revelou aos seus profetas acontecimentos no futuro? A menos que não creiamos nas profecias tal argumento não faz o mínimo sentido.
    Jabesmar A. Guimarães

    www.jabesmar.com.br

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  2. ola passando aqui pra dizer que adorei seu blog e que virei seu seguidor se quiser seguir o meu agradeço
    tenha um bom dia abraços e sucesosss
    http://audienciadatvrealtimes.blogspot.com/

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  3. Esta teoria é absolutamente ridídula. Como se Deus estivesse preso ao tempo como nós. Como assim Deus decidiu não conhecer o futuro? Futuro é um conceito e uma realidade para o ser humano, não para Deus.Não dá para perder tempo com tanta bobagem.
    Marta M.
    www.terfe.blogspot.com

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